Dados do
Ministério Público do Trabalho (MPT) mostram que casos de trabalhadores da
construção civil flagrados em situação análoga à de escravidão vêm crescendo de
"forma preocupante" no Estado de São Paulo. Apenas em 2012, nas
operações que contaram com atuação do MPT, 140 pessoas foram encontradas nessa
situação. "Na construção civil, certamente, a cada ano está ficando pior.
Não existiam situações no passado, era quase inimaginável. Agora, está se
tornando permanente, comum. Isso nos preocupa demais", diz o procurador da
Coordenadoria Nacional de Erradicação de Trabalho Escravo do MPT, Rafael de
Araújo Gomes.
De acordo
com o procurador Gomes, com a "explosão" do crédito imobiliário,
especialmente devido a programas do governo federal como o Minha Casa, Minha
Vida, algumas construtoras buscam firmar o maior número de contratos possível,
sem ter condições de realizar as obras. Segundo o MPT, no ano passado, em todo
o país, foram resgatados 2.428 trabalhadores em situação análoga à escravidão.
Até março deste ano, os fiscais resgataram 339 trabalhadores. O coordenador da
Campanha Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, vinculado ao Ministério
Público do Trabalho, frei Xavier Plassat, estima que, no país, haja de 20 mil a
50 mil pessoas exercendo atividades em condições análogas à escravidão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário